PSICOLOGIA DO PREÇO: Estratégias para aumentar suas vendas

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Quando se trata de vender, quanto mais, melhor. Esta é a maior missão de lojas de varejo, supermercados, farmácias, escolas e qualquer outro tipo de negócio.

Uma das estratégias mais usadas para vender é fazer com que os consumidores pensem que estão fazendo excelentes negócios, mas sem enganá-los!

Como se faz isto então? Usando o poder do preço psicológico.

O preço psicológico é uma estratégia de marketing amplamente utilizada por diversos setores há anos. Com esta técnica é possível atingir o subconsciente dos consumidores, fazendo com que eles tomem as ações que o comércio adora: compras.

Quer saber mais sobre a ciência dos preços?

Neste artigo vamos apresentar técnicas psicológicas que alteram a percepção dos consumidores aos preços e ofertas. Esses “truques” são simples de implementar e trazem resultados comprovados.

POR QUE USAR O PREÇO PSICOLÓGICO COMO ESTRATÉGIA DE MARKETING?

O preço psicológico é uma estratégia de marketing que utiliza de técnicas psicológicas para influenciar a percepção dos consumidores a respeito dos preços. Essas técnicas visam atingir o subconsciente das pessoas para que os preços e descontos pareçam mais vantajosos e a dor de gastar o dinheiro diminua.

Uma das técnicas mais famosas é a redução de um centavo do preço redondo. R$79,99 no lugar de R$80,00.

Além desta, existem diversas outras técnicas que visam causar o efeito psicológico de “preço baixo” nas pessoas.

Os preços psicológicos são comumente usados por um motivo: Funciona.

UM CENTAVO A MENOS NO PREÇO (O FAMOSO ,99)

Quem nunca se perguntou por que os preços terminam em 99? Afinal, essa é uma das estratégias mais usadas para vender mais.

Principalmente no varejo.

Diminuir um centavo de um preço arredondado causa a sensação de que um produto está mais barato.

O marketing explora este efeito psicológico há anos.

Mas por que isto acontece?

Embora seja óbvio que um centavo não represente uma grande economia na compra, nosso cérebro está “acostumado” a prestar menos atenção no centavos e dar mais prioridade ao número da esquerda.

Ou seja: Quando o consumidor vê o preço R$ 99,99, o cérebro do consumidor está predisposto a entender “99”, ao invés de “100”.

Além disso, a redução no preço traz a falsa sensação de desconto e minimiza o sentimento de “culpa” dos consumidores.

Quer um prova de que isto funciona? Veja abaixo.

Estudo de caso

A Gumroad fez um estudo em suas lojas diminuindo um centavo de alguns produtos com preços redondos.

O resultado foi impressionante.

Os produtos com “99” tiveram a taxa de conversão maior do que dos outros.

Em alguns casos, o número de vendas foi até 2x maior.

ANCORAGEM DE PREÇO

A ancoragem de preço é a técnica de criar a percepção de que um preço é “justo” a partir de outro similar.

Normalmente o preço de referência (o preço âncora) é justificado pela qualidade melhor do produto. Ainda assim, o produto de menor qualidade tende a vender mais.

Por exemplo: Um fogão de 4 bocas por R$ 1.300,00 pode parecer caro. Porém, ao colocarmos juntamente com outro fogão de 5 bocas por 2.300,00, a diferença de R$ 1.000,00 por um boca a menos torna o preço muito mais atrativo para o consumidor.

Ou seja: O fogão de 4 bocas parece mais barato, agora que temos um preço de referência maior ao lado.

Estudo de caso

Um estudo muito famoso feito pela loja Williams-Sonoma provou a efetividade do preço âncora.

A loja vendia um uma máquina de fazer pão por $275. Porém, pouquíssimas unidades desta máquina eram vendidas por mês.

Em certo momento, a Williams-Sonoma colocou outra máquina de fazer pão um pouco melhor à venda, por $429.

O que aconteceu?

As vendas da máquina de $275 dispararam.

A explicação da psicologia é simples. O efeito de ancoragem faz com que os consumidores percebessem que a máquina com um pouco de qualidade a mais era quase o dobro do valor, tornando o preço da máquina de “pior qualidade” muito mais atrativo.

CONTRASTE VISUAL NAS PROMOÇÕES

Não adianta fazer inúmeras promoções se o consumidor não presta atenção nas ofertas.

Quando falamos de psicologia dos preços, não é só o tamanho o desconto que importa, mas também o tamanho da fonte, as cores, o estilo do anúncio…

É por isto que deve-se minimizar o tempo de resposta do consumidor à promoção. Ou seja, as pessoas devem entender as promoções em um “piscar de olhos”.

Usar preços grandes de referência ajuda a capturar a atenção das pessoas e também melhora a percepção do consumidor sobre a promoção.

E tudo é psicológico.

De acordo com estudos (Urbany, Bearden, & Weilbaker, 1988), um preço de referência exagerado tem efeitos positivos sobre a percepção do consumidor sobre o benefício da compra.

Ou seja: O preço original, grande, ao lado do preço promocional, pequeno, cria um contraste visual que passa a sensação ao cérebro de que aquele desconto é realmente bom, minimizando a culpa da compra.

VALOR EM PARCELAS

R$ 500,00 parece caro? R$ 49,99 parece bem melhor, não é?

Mostrar o preço dos produtos em parcelas faz com que as pessoas comparem (subconscientemente) o preço da parcela do seu produto com preços mais caros dos concorrentes.

Além disso: Como o valor da parcela é muito menor do que o preço total, o cérebro fica com a falsa sensação de que o produto não está tão caro.

Fato interessante: Muitas vezes a soma das parcelas é maior do que o preço do produto à vista, porém, o desejo de possuir um produto é “ativado” quando há a possibilidade de adquirir o produto por “pequenas paraceles” mensais.

Lembre-se: As pessoas sabem fazer contas e descobrir os preços reais dos produtos.

Mas isto não importa. Por sorte, a comparação do preço parcelado é feita no subconsciente, então, a lembrança de um preço parcelado tem grandes chances de converter oportunidades em vendas.

PROMOÇÕES FÁCEIS DE ENTENDER

Quando o consumidor está fazendo compras, ou apenas passeando entre os corredores de uma lojas ou supermercado, ele é bombardeado por informações.

Corredores e mais corredores de promoções atrativas e chamativas.

Mas é preciso ter cuidado.

As promoções precisam ser fáceis de entender, caso contrário não serão efetivas. Não importa se você possui a melhor promoção de fraldas para bebês da cidade, se as pessoas não entenderem a promoção, não irá vender.

Dados interessantes: Uma pesquisa realizada pelo Programa de Administração de Varejo (Provar), da Fundação Instituto de Administração (FIA/USP), mostrou que 37% dos consumidores que vão ao supermercado compram mais produtos do que haviam planejado, e gastam, em média, 18,71% a mais do que o previsto.

Uma promoção chamativa e de fácil entendimento desperta a sensação de urgência no consumidor.

MAIS DESCONTOS NO FINAL DO MÊS

Quanto menos dinheiro as pessoas tiverem, maior será o “sofrimento” e a sensação de culpa ao gastá-lo.

E vice-versa.

No começo do mês a situação financeira costuma ser mais confortável, e mesmo que os descontos não sejam grandes, as pessoas tendem a comprar.

Quer um exemplo?

Imagine que você tem R$ 1000,00 na carteira, de repente você encontra um produto em promoção, apenas R$ 50,00.

Você quer este produto e você tem R$ 1000,00.

Por que não comprar?

Por outro lado, imagine a mesma situação, porém, agora você possui somente R$ 100,00 na carteira.

Mesmo que esteja na promoção, parece que o produto ficou mais caro, não é?

Por este motivo, deixe os melhores descontos para as últimas semanas do mês.

Neste momento os consumidores estão procurando mais oportunidades para economizar.

REGRA DOS 100 (VALOR X PORCENTAGEM)

Responda em menos de 3 segundos:

Em um produto de R$ 30,00, você prefere um desconto de 20% ou R$ 6,00?

Eu aposto que você escolheu 20%.

O engraçado é que os dois descontos são iguais.

Mas o cérebro, mais uma vez, está enganando você. Como o número “20” é muito maior que “6”, nosso subconsciente imagina que, assim como o número, o desconto também é maior.

Como vimos até agora, os fatores que mais influenciam no psicológico das pessoas são os fatores visuais.

Grandes ofertas, pequenos preços, muita sensação de vantagem, pouca sensação de culpa.

Mas afinal, o que é a regra dos 100?

Como explica Jonah Berger, em seu livro “Contagious: Why Things Catch On”:

  • Quando o preço do produto for maior que 100, deve-se mostrar a promoção em valores. Exemplo: R$ 25,00.
  • Quando o preço do produto for menor que 100, deve-se mostrar a promoção em porcentagem. Exemplo: 25%.

Psicologicamente falando, nós ficamos mais traídos pelos produtos com esta configuração de exibição.

PREÇO POR QUANTIDADE

Você sabe o que o consumidores estão procurando quando andam pelos corredores da sua loja?

Vantagens.

Promover quantidades “extras” e “sem custos” nos produtos é uma excelente forma de ativar nas pessoas a sensação de vantagem

  • Pague 2, leve 3
  • Leve outra unidade por apenas + R$0,01
  • Pacote com 20% extra GRÁTIS

Todos estes são exemplos de vantagens que atingem o subconsciente humano.

MOTIVO DO DESCONTO

O senso de urgência é um fator que altera nossa percepção sobre o preço do produto.

Ao exibir uma razão por trás do desconto, você reforça a natureza provisória do preço.

A melhor parte?

O psicológico das pessoas tendem a não fazer comparações de referência de preços internamente.

Isto quer dizer que: A sensação de que aquele desconto é um oportunidade única, desperta no subconsciente humano o impulso da compra, independentemente dos preços registrados (para este produto) nas semanas anteriores.

Empresas de má fé usam este truque psicológico para vender em dias conhecidos de promoção, como a Black Friday. É o famoso “metade do dobro”.

PRODUTO ANTES, PREÇO DEPOIS

Você fez promoções, mostrou as parcelas, justificou o desconto, mas o produto continua encalhado nas prateleiras?

Pode ser que o preço esteja assustando o consumidor.

Neste caso é preciso uma abordagem diferente.

Você precisa mostrar o valor do produto, e não o preço.

O que isto quer dizer?

O consumidor precisa entender que aquele produto é de grande valor, que pode justificar (ou não) o preço final. Isto pode ser feito através das qualidades técnicas ou pelos benefícios à pessoa.

Este é o novo robô empregado XYZ, perfeito para a tarefas domésticas do seu lar.

Ele cozinha, limpa, lava, passa, cuida dos cachorros, leva as crianças na escola, faz compras no supermercado, cuida da casa enquanto você não está, paga as contas, vai ao banco e ainda monitora sua saúde.

Preço: R$ 19.999,99.

Achou caro? Eu já falei que ele possui garantia de 30 anos contra danos que ele cause na sua residência?

Se você quebra um copo, você paga, se o robô quebra um copo, nós pagamos.

Você percebeu como o valor do produto foi promovido no exemplo acima?

Psicologicamente, o consumidor entende que o preço não é caro, e sim que o produto é bom.

Isto não te lembra uma certa empresa que tem o logo de uma maçã?

PREÇO ANTES, PRODUTO DEPOIS

Como vimos antes, criar valor para um produto é um estratégia para vender mais produtos com preços altos.

Esta técnica não costuma funcionar para produtos commodities.

Produtos simples e de uso simples, que estão a venda em qualquer esquina, o preço é que importa.

bora aplicar esta estratégia na sua empresa e aumentar as vendas?

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